*Artigo publicado na revista Espaço Aberto
Gratidão!
Em 2012, a ONU instituiu o dia 20 de março como o Dia Internacional da Felicidade e, nesta resolução, a felicidade é definida como “Objetivo Humano Fundamental”.
Podemos dizer que todos os indivíduos procuram incessantemente a felicidade, apesar da subjetividade do que entendem por estar ou ser feliz. A busca da felicidade é o maior motor do mundo. É o mais desejado de todos os estados mentais.
Como qualquer estado mental, a felicidade depende de uma mistura de fatores químicos (os neuros transmissores), elétricos (as ondas cerebrais e os potenciais de ação) e arquitetónicos (as conexões estruturais de cada cérebro).
A gratidão é um valor intrínseco à felicidade. A saúde física e mental é alterada pelo nível de gratidão que mantemos diante da vida. Ou seja, os níveis de bem-estar e felicidade passam pelo sentimento de gratidão.
Podemos dizer que é um sentimento que significa reconhecimento. A etimologia da palavra gratidão vem da expressão latina gratus, que é traduzida como estar agradecido ou ser grato. Além disso, gratidão deriva também de gratia, que em latim quer dizer graça.
Ao nível pessoal, a gratidão é vista como a expressão de uma emoção por alguém que nos fez algo que valorizamos, que nos ofereceu apoio ou por algo que nos aconteceu. Ser grato é uma forma de agradecer a outra pessoa por um gesto ou palavra que nos ajudou num momento em que precisávamos ou por algo que disse e que demostrou estima e consideração.
Em contexto organizacional as pessoas valorizam as relações que estabelecem com pares e chefias, as recompensas e o reconhecimento (de ações, comportamentos, tarefas, entre outros). Gostam de ter oportunidades para contribuir e para crescer. Valorizam uma cultura de respeito.
O sentido do agradecimento vai além do reconhecimento de uma ação. Permite a ligação e a conexão moral formada entre as partes, existindo o comprometimento de quem recebeu o favor.
A gratidão tem de ser encarada como mais do que uma atitude vulgar de nos mostrarmos satisfeitos com um favor. Deve ser entendida como uma emoção, um valor que provém da ação gratificante, de um ganho inesperado ou de um pedido atendido.
A gratidão aglutina outras emoções que se entendem como positivos. Por exemplo, amor, reciprocidade, espírito de amizade e outros.
Não se nasce grato, mas pode-se aprender a ser grato. É algo que pode ser treinado.
O sentimento de gratidão interfere nos níveis de generosidade e compaixão, indispensáveis à construção de relacionamentos saudáveis e empresas eficazes. O exercício da compaixão é um processo relacional, a partir do qual emergem recursos renováveis e duradouros como confiança interpessoal, conexões fortes e emoções positivas. A compaixão revela-se como um forte elemento humano de transformação organizacional.
Acredita-se que a felicidade está relacionada com o prazer, mas também com a participação e envolvimento traduzido na paixão pelo que se faz, com as relações sociais no seio da família e dos amigos, o sentido de pertença a um grupo, um clube, uma organização de voluntariado ou uma religião e a autorrealização traduzida no sentido do sucesso alcançado.
Estarmos gratos pela nossa atividade profissional, pela qualidade das relações que estabelecemos com as pessoas de que gostamos, com a forma como somos acolhidos nos grupos de que fazemos parte e pelas nossas realizações, torna-nos com certeza pessoas mais felizes.
CEO KEEP Corporate