Todos almejamos pela bendita felicidade, mas o que é ser feliz e como se conquista essa tal felicidade?

A primeira dificuldade parece ser o próprio conceito: se procurarmos nas pessoas que nos rodeiam o que as torna felizes vamos obter uma infinidade de respostas diferentes.

A ciência tem tido as mesmas dificuldades: ser feliz pode querer dizer várias coisas. Segundo o psicólogo Daniel Kahneman (vencedor do Prémio Nobel), a felicidade pode ser dividida em quatro domínios:

• Bem-estar: “No geral, minha vida está indo bem”
• Traços: “Eu sou uma pessoa entusiasta e positiva”
• Emoções: “Eu sinto gratidão e apreço”
• Sensações: “É bom estar deitado nesta banheira de hidromassagem”

 

Edward F. Diener, professor de psicologia na Universidade de Illinois em Urbana Champaign, nos Estados Unidos, desenvolveu um índice chamado de Bem-estar subjetivo. Este permite que os psicólogos definam com mais precisão a felicidade sendo que é vista como uma combinação de satisfação entre a vida e a frequência relativa de emoções positivas e negativas.

 

Por outro lado, o Greater Good Science Center da Universidade de Berkeley preconiza que a verdadeira felicidade tem mais a ver com a paz geral da mente: a felicidade não tem a ver com “querer mais”, “sentir-se sempre bem” ou mesmo estar satisfeito com cada dimensão da sua vida. Outro aspecto importante é a crença de que ser feliz é estar sempre alegre, contente e bem disposto. Segundo Vanessa Buote, não é: “é sobre lidar com o bem e o mal, e aprender a reformular o mal”. Podemos ter sentimentos negativos e estar feliz com a vida. Em abono da verdade, é essencial aprender a fazer isso para se ser feliz.

 

Na Universidade da Califórnia, Sonja Lyubomisky desenvolveu uma série de estudos que lhe permitiram concluir que, a felicidade não é uma consequência do sucesso mas sim o contrário: ser feliz é o que leva ao sucesso. Os estudos de Sonja foram mais longe ao permitir descobrir que há muitos benefícios na felicidade. Assim, pessoas felizes têm mais autoestima, mais amor por elas próprias e pelos outros, são mais sociáveis (maior facilidade nas interações interpessoais e maior capacidade para resolver conflitos) e, são mais altruístas. Na prática, são pessoas com relacionamentos mais satisfatórios, mais bem sucedidas e mais saudáveis.

A pergunta que se impõe é qual a forma mais eficaz de atingir a Felicidade.

 

Os estudos indicam que a influência genética ronda os 50% e que isso não pode ser alterado. Cerca de 10% tem a ver com as circunstâncias do indivíduo como seja a educação, a escolaridade, o nível de rendimentos, etc., que também não são fáceis de alterar, mas os restantes 40% dependem do comportamento do indivíduo e da forma como este se perceciona a si e aos outros. É neste aspeto que podemos intervir e desenvolver ações para sermos mais felizes.

Um excelente princípio, para iniciar a mudança, é agir como uma pessoa feliz.

Fazer coisas simples. Todos podemos implementar novos hábitos que podem fazer a diferença.

Sorrir. Deve sorrir mais. Um sorriso prolongado ajuda a manter a expressão durante algum tempo (15 a 30 segundos). Encontre formas de se lembrar que tem que sorrir muitas vezes. Altere a sua fisiologia. A postura é muito importante. Se se sentar e caminhar com uma postura correta, manter-se-á mais ativo, mais bem-humorado e naturalmente mais feliz.

No dia a dia comporte-se como uma pessoa feliz.

Utilize uma linguagem potenciadora e carregada de expressão, que exprima emoções positivas.

 

Ande de forma descontraída, com elasticidade na passada e balançando ligeiramente os braços. Mantenha as costas direitas. Cumprimente as pessoas com apertos de mão firmes e efusivos e abraços calorosos.

 

Utilize indumentaria mais colorida e que dê vida ao corpo. Se se sente mais confortável com cores escuras, coloque apontamentos coloridos como gravatas, brincos, lenços, etc.

Apesar de haver a ideia de que a aquisição coisas que desejamos e o consumo nos traz algum tipo de felicidade, tal facto não corresponde à verdade, na realidade, essas situações só se traduzem em momentos efémeros de felicidade. O que promove o sentimento de felicidade são os atos amáveis e delicados que promovemos aos outros, como oferecer prendas em demonstração de afeto e estima.

Pode praticar de diferentes formas, experienciando situações diferentes como concertos, cinema, teatro e outras formas de espetáculos. Utilizando os fins de semana para fazer coisas que habitualmente não faz como um passeio de bicicleta, uma visita a um museu, ou um piquenique no parque. Faça programas românticos e radicais com a família ou amigos.

Esteja absolutamente certo de que é muito melhor dar que receber. Experimente começar a fazer uma ação de amabilidade por dia e vai ver como a sua felicidade melhora significativamente.

 

Enfim, parece que ser feliz passa também por fazer os outros felizes.

 

Sendo certo que a felicidade afeta o sucesso da vida pessoal e da vida profissional, vale a pena experimentarmos alterar pequenos hábitos e sermos todos os dias um pouco mais felizes.